No ar na TV japonesa desde outubro desse ano, a segunda temporada de To Aru Majutsu no Index não traz nada de novo, usando e abusando dos mesmos elementos que consagraram a temporada anterior.
Mas se você não acompanhava o anime não deve saber do que estou falando, então ai vai uma pequena explicação da história. O anime, inspirado numa light novel, gira em torno do choque entre magia e ciência, focando nas figuras de Kamijou Touma, esper (pessoas com habilidades sobrenaturais baseadas na ciência) e estudante na Cidade-Escola, que é regida pela tecnologia e Index, uma jovem freira que carrega em sua mente mais de 103 mil livros mágicos.
Touma é um esper de nível 0, ou seja com habilidades baixíssimas, o que o torna diferente dos outros alunos é seu braço direito que carrega o estranho poder de desativar qualquer outro, seja o poder de um esper ou uma magia antiga. Já Index é constantemente perseguida devido ao conhecimento que carrega, seja pela própria igreja que integra ou por organizações que ambicionam dominar o mundo. Ela acaba entrando na vida de Touma por acaso e pedindo sua ajuda, a partir daí a vida do adolescente tem uma grande reviravolta e ele passa a se envolver em problemas cada vez maiores.
Com uma premissa interessante o anime tinha tudo para se tornar um sucesso, teria, se não fosse a maneira como a história se desenrola. Seguindo exatamente a mesma fórmula da temporada anterior a produção não segue uma história linear, é formada por pequenos arcos que duram entre 3 a 4 episódios e que geralmente não tem ligação nenhuma entre si.
A maneira como a magia é inserida na história continua deficiente, parece muito deslocado sendo que tudo se passa na Cidade-Escola, um lugar onde a tecnologia e a ciência imperam. Isso se torna ainda mais evidente nas sagas focadas nos espers, dentro de seu próprio ambiente, as histórias são mais amarradas, interligadas entre si e trazem mais explicações ao espectador. Já os arcos mágicos são soltos e muita coisa fica como o “dito pelo não dito”, ou seja, determinados acontecimentos ocorrem e não é explicado o porquê.
Outra questão é a maneira como o casal de protagonistas é trabalhada, Touma é o típico heroi shounen, o bom moço que possui uma habilidade quase imbatível, mas o problema é que ele não tem nenhum outro poder, o que torna suas batalhas um tanto previsíveis, já Index, que na primeira temporada havia aparecido relevantemente em apenas dois arcos, simplesmente aparece aqui e ali para uma pequena cena de humor.
Se To Aru Majutsu no Index peca pela história sem rumo, consegue compensar trazendo uma ótima animação, com belos efeitos e cores vivas, uma trilha sonora bem agradável (Mami Kawada continua sendo a voz das aberturas) e personagens carismáticos.
A segunda temporada está ainda em seu oitavo episódio, de 24 previstos, e sempre há uma pequena esperança que a série melhore, dando mais enfoque nos personagens e amarrando melhor a história. To Aru Majutsu no Index não é aquele tipo de anime que vai mudar a forma como você vê a vida, mas é um delicioso entretenimento.